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Em tempos de pandemia, são muitas as dúvidas a cerca desta que é tida como a salvação da imunidade, a vacinação contra o vírus que nos trouxe uma pandemia que já dura mais de um ano têm gerado dúvidas, esperanças e receios.
A vacina contra a covid-19, além de levantar muitas questões de desinformação e Fake News, também está carregada de muita mística e descrença por parte das mais diversas populações do planeta Terra.
É pensando em esclarecer pontos sobre o momento após a vacinação que trouxemos esse artigo com algumas informações importantes.
- Você pode se contaminar com covid-19 mesmo após ter sido vacinado.
Isso porque caso você seja exposto ao vírus antes do corpo criar a imunidade, é possível que sinta sintomas da covid-19. Lembre-se que as vacinas aplicadas até então no Brasil, precisam de 2 doses para atingir seu potencial máximo de proteção.
Outra observação bem pertinente é que dada a eficácia da vacina, casos de contaminação após as duas doses podem apresentar sintomas leves.
É importante refrisar que a Vacina CoronaVac, dos Laboratórios Sinovac em parceria com o instituto Butantan possui apenas 50,7% de proteção contra infecções e cerca de 22% das pessoas vacinada com as 2 doses da vacina, ainda assim podem apresentar sintomas leves e moderado.
No caso da Covishield, vacina desenvolvida pela Universidade Oxford/AstraZeneca e reproduzida pela Fiocruz possui eficácia entre 76 – 78% após duas doses.
Tendo isso em mente, tome as 2 doses da vacina e se proteja.
- Você não está 100% protegido após se vacinar contra a covid-19
Essa afirmação parece assustadora, mas devemos encarar os fatos. A grande maioria das vacinas em uso no mundo, foram desenvolvidas visando o vírus SARS-CoV-2 que causa a doença Covid-19, porém dado a falta de controle da pandemia em muitos países, incluindo em nosso Brasil, variantes foram surgindo e preocupando a comunidade cientifica.
A quantidade de variantes da doença em circulação em nosso planeta já ultrapassa o número 90 e não há estudos que provem que vacina A, B ou C são eficazes contra todas essas mutações. É preciso tempo e novos estudos, por isso a recomendação é que as medidas de controle continuem mesmo que as pessoas já tenham se vacinado.
- Mesmo vacinado o distanciamento social e uso de máscara continuam
É nítido o desapontamento da maioria das pessoas que já tomaram a vacina, em saber que mesmo imunizadas elas ainda devem respeitar o distanciamento social, mas é esse o nosso atual estado global.
Mesmo que a pessoa tenha se vacinado e atingindo sua imunidade, existem no mundo inúmeras variantes da covid-19 que podem ainda te adoecer e outro fato: vacinar-se não é só proteger a si mesmo, mas proteger aos outros. Essa afirmativa se baseia na ideia de que uma pessoa imunizada ainda pode carregar o vírus em seu corpo, roupas, cabelo e nas superfícies que toca. Sendo assim, um imunizado pode agir como agente propagador do vírus a outras pessoas não imunizadas.
É pensando nisso que a recomendação das autoridades sanitárias, seja no Brasil, América do Norte, Europa, Ásia, África e Oceania é bem enfático: Após se vacinar, continue mantendo o distanciamento social, use máscara, lave as mãos e use álcool em gel.
Esse ato de preservação não é só por você, mas pelas outras pessoas do mundo, que ainda não puderam se vacinar. Evite aglomerações!
- O que fazer em caso de reações adversas as vacinas?
Essa é uma dúvida recorrente em todas as regiões. E os cuidados são bem simples e começam pela informação.
Nenhum medicamento, imunizante, fitoterápico ou mesmo chá que podemos ingerir corriqueiramente está livre de causar efeitos adversos. Temos que ter em mente que as vacinas contra covid-19 têm a pretensão de serem aplicadas em toda a população mundial: (mais de 7 bilhões de pessoas com características diferentes, hábitos diferentes, genéticas diferentes e doenças diferentes). É claro que haverá casos de efeitos adversos advindos dos imunizantes (vacinas), mas isso não é razão para as pessoas não se vacinarem.
Falando em Brasil, nenhum imunizante será aplicado na população sem passar por uma rigorosa inspeção na nossa Vigilância Sanitária – ANVISA e para que seja aprovado é preciso que essa vacina seja segura e eficaz e isso leva em consideração potencial de letalidade e eventos adversos graves.
Até o momento, temos 2 vacinas aprovadas e a expectativa de uma terceira vinda da Pfizer e Biontech, onde as reações mais comuns sentidas são dores locais e um estado gripal facilmente tratado.
Claro que reações adversas mais sérias, podem acontecer, afinal somos mais de 210 milhões de Brasileiros, no entanto, a grande maioria irá sentir apenas dores musculares, dor local e uma sensação de gripe um ou dois dias após se vacinar. Essa reação adversa é facilmente contornada com ingestão de líquidos e uso de Paracetamol e/ou dipirona. Em casos de febre alta, dores persistentes e outras reações a pessoa deverá procurar pronto atendimento para avaliação e cuidados.
As vacinas aplicadas no Brasil são seguras e não precisam serem tratadas com temerosidade.
- Isso quer dizer que não estou imunizado para sempre, mesmo após as 2 doses de uma vacina contra Covid-19?
Essa é uma questão que ainda não sabemos responder, porque estamos tratando de uma doença nova que vêm sofrendo muitas mutações, porém, há indícios fortes abordados pelas comunidades científicas de que será necessário tomar reforços da vacina sazonalmente, assim como já acontece com a gripe. Entretanto, o tempo deve variar de vacina para vacina. E quando será necessário iniciar esse reforço e se será mesmo necessário, somente o tempo e mais estudos poderão dizer.
- Quando o país poderá voltar a vida normal?
Até o momento temos um tempo de 2 semanas, cerca de 14 dias após a segunda dose de uma das vacinas contra covid-19 para atingirmos a imunidade que o imunizante poderá nos proporcionar, no entanto, para que as restrições de distanciamento diminuam e você possa conviver normalmente com outras pessoas, pessoas de grupos de risco e fazer viagens seguras é preciso que mais de 60% da população do país esteja imunizada com as 2 doses de uma das vacinas.
Se pensarmos em Brasil, isso seria em torno de 126 milhões de pessoas imunizadas aproximadamente.
Sabemos que os governos costumam afrouxar as restrições devido a economia, mas é importante uma conscientização pessoal onde cada um deve fazer sua parte para que a pandemia em fim chegue ao fim.
MsC Vinícius Lôbo
Farmacêuticos Clínico e Virologista