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A incorporação da Inteligência Artificial (IA) na saúde não é mais promessa futura — é realidade. Algoritmos já cruzam dados de milhões de pacientes para prever reações adversas, ajustar doses em tempo real, identificar padrões de resistência antimicrobiana e até sugerir condutas terapêuticas baseadas em guidelines atualizados.
Diante disso, onde entra o farmacêutico clínico?
A RESPOSTA É CLARA: NO CENTRO DA DECISÃO, SE ESTIVERMOS PREPARADOS.
Na atenção primária, a IA pode auxiliar o farmacêutico na estratificação de risco de pacientes com hipertensão, diabetes ou em uso de polifarmácia. Mas ainda será o nosso olhar clínico que validará as condutas, acolherá o paciente e fará os ajustes terapêuticos em consonância com a realidade local.
Na atenção secundária, softwares integrados ao prontuário eletrônico já detectam prescrições potencialmente inapropriadas em idosos ou duplicidade terapêutica. Cabe ao farmacêutico revisar criticamente essas alertas e atuar junto à equipe multiprofissional para garantir a segurança e a efetividade da terapia.
Na atenção terciária, especialmente em hospitais de alta complexidade, a IA acelera análises de interações, PK/PD e uso racional de antimicrobianos. Porém, é o farmacêutico clínico quem traduz esses dados em ações, conduz rounds clínicos e participa ativamente da tomada de decisão.
Ainda que a IA ofereça respostas rápidas e recomendações úteis, é o farmacêutico quem estará olho no olho com o paciente e com a equipe, orientando sobre o uso correto dos medicamentos, formas de armazenamento, horários, organização do tratamento no dia a dia e ajustes conforme a rotina da pessoa. São detalhes humanos, muitas vezes invisíveis aos algoritmos, que garantem adesão e resultados positivos para os mais variados pacientes.
MAS ATENÇÃO: quem se limitar a repetir condutas ou seguir protocolos sem senso crítico pode sim ser substituído. A IA não elimina o farmacêutico — elimina o profissional mal preparado, automatizado e desatualizado.
A chave é combinar tecnologia com pensamento clínico, empatia e capacidade analítica. O farmacêutico do futuro é aquele que domina a IA, mas mantém o foco no cuidado centrado no paciente.
E você? Já está se preparando para esse cenário? Como tem usado a tecnologia para aprimorar o cuidado farmacêutico?
crédito da imagem: Vinícius Lobo