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A linhagem do vírus SARS-CoV-2, que causa covid, identificada como XBB.1.16, vem sendo tratada desde meados de abril como uma variante de interesse, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em função da sua rápida disseminação nas últimas semanas.
Embora provoque sintomas diferentes em comparação com cepas passadas, como conjuntivite e quadros de febre alta, a nova linhagem não apresentou, até o momento, potencial para causar novas ondas de mortes e hospitalizações, ou então gerar riscos mais graves à saúde dos infectados, segundo especialistas.
A variante Arcturus é uma das diversas sublinhagens da Ômicron que têm surgido desde que a cepa se tornou prevalente no mundo, no início do ano passado.
Trata-se de uma recombinante de duas versões da BA.2, uma subvariante anterior da Ômicron que circulou principalmente no mundo por volta de março do ano passado. A Arcturus foi identificada pela primeira vez em janeiro, na Índia.
Segundo a OMS, a Arcturus já foi identificada em cerca de 33 países, principalmente na Índia, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, Cingapura e Japão. Em 1/05/2023, a prefeitura de São Paulo afirmou ter detectado um caso da subvariante na capital paulista, o primeiro divulgado até agora no Brasil.
Em uma avaliação de risco inicial sobre a nova variante, publicada no meio de abril, a OMS escreveu que, embora seja observada uma vantagem de crescimento e de escape imunológico, o que leva aos quadros de reinfecção, nenhuma mudança na gravidade foi relatada em países onde a XBB.1.16 está circulando.
Na Índia e na Indonésia, houve um ligeiro aumento na ocupação de leitos números (inferior a 5%). No entanto, os níveis são muito mais baixos do que os vistos nas ondas variantes anteriores. As informações disponíveis não sugerem que XBB.1.16 tenha risco adicional à saúde pública em relação a XBB.1.5 e as outras linhagens descendentes de Ômicron atualmente em circulação, diz o documento oficia da OMS.
Em nota, o Ministério da Saúde também afirma que, por enquanto, “evidências atuais relacionadas a esta linhagem da variante ômicron não indicam risco adicional à saúde pública se comparada a XBB.1.5 (principal linhagem em circulação no Brasil atualmente), bem como não há evidências de alteração na gravidade dos casos”.
PRINCIPAIS SINTOMAS DA NOVA VARIANTE
- Irritação nos olhos, como a conjuntivite (principalmente em crianças);
- Febre alta;
- Tosse seca;
- Irritação na garganta;
- Fadiga;
- dores no corpo;
- Coriza;
- Dor de cabeça e congestão nasal.
E A EFICÁCIA DE NOSSAS VACINAS?
Ainda não há dados suficientes para confirmar qual a eficácia exata das vacinas contra a Covid-19 para a subvariante XBB.1.16. Mesmo a bivalente, que conta com uma parte da Ômicron em sua formulação, pode ter uma resposta mais fraca, já que ela foi feita para as subvariantes BA.1, BA.4 e BA.5, linhagens anteriores do vírus, mas que são mais próximas da atual.
No entanto, especialistas afirmam que, já que ainda não foram detectadas mudanças na gravidade da doença em relação à nova variante, a expectativa é que, assim como foi com a XBB.1.15 e a BQ.1, as doses continuem a oferecer uma alta proteção contra hospitalização e morte, especialmente no caso da bivalente.
Os países que tiveram maiores problemas com a nova variante não fazem uso ou não vacinaram em massa a sua população usando a vacina Bivalente da Pfizer, disponível via SUS no Brasil.
Crédito da imagem: Farmacêuticos do Cerrado
Fonte:
– World Health Organization. COVID-19 Weekly Epidemiological Update, Edition 139, 20 de abril de 2023. (Disponível em https://www.who.int/publications/m/item/weekly-epidemiological-update-on-covid-19, 02 de maio).
– Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis. Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização. NOTA TÉCNICA Nº 30/2023-CGICI/DPNI/SVSA/MS (Trata da ampliação da recomendação da vacina COVID-19 bivalente como dose de reforço para todas as pessoas com 18 anos de idade ou mais). 02 de maio de 2023. (Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/notas-tecnicas/2023/nota-tecnica-no-30-2023-cgici-dpni-svsa-ms-1/view).
– Wipatayotin A. Lowdown on the latest Covid variant XBB.1.16. Bangkok Post, 21 de abril de 2023. (Disponível em https://www.bangkokpost.com/thailand/general/2553939/lowdown-on-the-latest-covid-variant-xbb-1-16).
– UNA-SUS:A Variante XBB.1.16, vulgo “Arcturus”. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/markdown/623